O Tarô é uma poderosa ferramenta
nas mãos do homem que deseja libertar-se do medo e da ignorância. Seja
utilizado como arte divinatória ou para o autoconhecimento, seu estudo, levado
com seriedade e honestidade de propósito, vem abrindo a mente humana e
reaproximando o homem de sua Divina Fonte.
A estrutura dos arcanos maiores
pode ser entendida como o roteiro de uma longa jornada em que o ser humano se
depara com uma série de situações. Essas situações são representadas por cada
um dos vinte e dois arcanos maiores que, juntos, somam todas as experiências
possíveis à existência humana.
Esse roteiro é revelado não de uma
só vez, mas por etapas, ou seja, a cada arcano – que se apresenta no caminho
como um portal de acesso às respectivas lições e experiências que povoam o
inconsciente coletivo e individual. Ao somarem-se os vinte e dois arcanos, ou
vinte e duas etapas, um ciclo se faz completo.
Durante esse percurso o indivíduo
viveu, amou, odiou, sofreu, gozou, ganhou, perdeu, cresceu e aprendeu com todo
o tipo de experiência. Ao concluir sua jornada ele está pronto; não para
estacionar e dar por encerrada a sua caminhada, e sim para iniciar outra longa
jornada em busca de si mesmo. Já com um entendimento um pouco superior ao do
início de sua caminhada, partirá novamente do ponto zero, O Louco do Tarô. E,
desta forma, partindo do zero e a ele retornando, sempre em movimento
ascendente, seu caminho vai descrevendo uma espiral em direção ao infinito.
Vale repetir aqui o que Éliphas
Lévi diz a respeito do Tarô:
“O Tarô é uma máquina filosófica
que impede a mente de vagar, embora mantenha sua iniciativa e liberdade: é
matemática aplicada ao Absoluto, a aliança entre o positivo e o ideal, uma
loteria de pensamentos tão exatos quanto números, talvez a mais simples e maior
criação do gênio humano...”
“Uma pessoa aprisionada, sem
qualquer outro livro além do Tarô, se soubesse como usá-lo, poderia em poucos
anos adquirir conhecimento universal e seria capaz de falar sobre todos os
assuntos com autoridade inigualável e eloqüência inexaurível...”
Tarô – Rota, Torá
Se as hipóteses dos ocultistas
acerca da origem do tarô deixam a desejar em termos históricos, em termos
associativos e simbólicos podem ser bastante instigantes.
De acordo a análise do nome Tarô,
ou Tarot, temos as sugestivas relações:
Tarot , escrito de trás para frente é
igual a Torat , que em hebraico é o nome do
Livro Sagrado do povo hebreu.
Ao ser considerada a origem
egípcia temos:
Tar = caminho + Rho = rei ou real
• portanto: Tarô = “O Caminho Real” ou “Caminho
da Vida”
E por fim, Tarô , escrito de trás para frente
transforma-se em Rota .
Dois Caminhos
O caminho do Tarô é dividido em
duas vias de conhecimento possível ao homem: a “Via Seca” e a “Via Úmida”.
A Via Seca compreende os arcanos 1
a 11, respectivamente: O Mago, A Sacerdotisa, A Imperatriz, O Imperador, O
Hierofante, Os Enamorados, O Carro, A Justiça, O Eremita, A Roda da Fortuna e A
Força. É o caminho do conhecimento objetivo, da exteriorização. O aprendizado
se dá de forma racional, através dos estudos e da análise. É a “iniciação
solar”; o caminho do ocultista.
A Via Úmida compreende os arcanos
12 a 0, respectivamente: O Enforcado, A Morte, A Temperança, O Diabo, A Torre,
A Estrela, A Lua, O Sol, O Julgamento, O Mundo e O Louco. É o caminho do
conhecimento subjetivo, da interiorização. O aprendizado ocorre de forma
inconsciente e intuitiva, através das impressões, da observação das emoções e
dos sentimentos. É a “iniciação lunar”; o caminho do místico.
Outras relações:
Via Seca - animus, masculino,
ativo, yang, positivo, quente.
Via Úminda - anima, feminino,
passivo, yin, negativo, frio.
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